Por De São Paulo

O Deutsche Bank concordou em iniciar negociações formais para fundir suas operações com o rival Commerzbank na Alemanha. As duas instituições financeiras confirmaram as discussões em comunicados separados neste domingo após meses de especulação e sob forte pressão de autoridades do governo alemão.

Uma fonte com conhecimento do caso disse ao “Financial Times” que os estudos devem começar imediatamente. O processo de “due dilligence” será iniciado ainda nesta semana e assuntos específicos ficarão a cargo de diferentes comitês temáticos. Entre os apoiadores do negócio, está o fundo de private equity Cerberus, que têm participação em ambos os bancos.

Juntos, os dois bancos podem se tornar a terceira maior instituição financeira europeia, com € 1,81 trilhão em ativos, atrás do HSBC e do BNP Paribas. O valor de mercado somado, no entanto, chega a € 25 bilhões – pequeno se considerado que as duas instituições tiveram baixa de mais 90% no valor das ações desde as cotações máximas, segundo a “Bloomberg”.

Os dois bancos teriam um quinto do mercado bancário de varejo alemão. As duas instituições financeiras empregam cerca de 140 mil pessoas em todo o mundo – 91,7 mil no Deutsche e 49 mil no Commerzbank.

O governo alemão, que detém 15% do Commerzbank após socorrê-lo durante a crise global, defende um setor bancário nacional robusto para financiar as exportações, especialmente de veículos e máquinas. Também pressiona para manter nas mãos dos alemães o crédito para empresas de médio porte, especialidade do Commerzbank.
O sindicato de trabalhadores ligado ao Partido Verde afirmou que a fusão não traz nenhum benefício econômico e coloca em risco mais de 30 mil empregos no país.