Por Sérgio Tauhata | De São Paulo
Com ajuda de um Federal Reserve (Fed, o banco central americano) mais flexível em sua política monetária e de um tom mais construtivo nas conversas entre Estados Unidos e China sobre um acordo comercial, os portfólios de mercados emergentes mantiveram o fluxo positivo de recursos visto nos dois primeiros meses do ano. Em março, segundo levantamento do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), houve uma entrada líquida de US$ 25,1 bilhões de investimentos estrangeiros.
Apesar de uma certa desaceleração comparado a janeiro e fevereiro, quando houve entradas líquidas de US$ 52,6 bilhões e US$ 31,2 bilhões, os mercados emergentes continuaram a se beneficiar em março do ambiente externo mais favorável.
Segundo o IIF, “a mais profunda mudança de posicionamento para o lado ‘dovish’ [inclinado à manter a política monetária mais estimulativa] do Fed desde 2016 e as conversas sobre um acordo comercial entre Estados Unidos e China foram catalisadores positivos”.
Apesar do pano de fundo mais favorável, “muitas moedas emergentes têm caído neste ano, falhando em se beneficiar do cenário mais construtivo”. Segundo o IIF, o enfraquecimento do fluxo de capitais para o bloco reflete a posição cautelosa recente com o aumento de incertezas.
O mercado de dívida emergente viu o ingresso de US$ 17,6 bilhões líquidos em março, um montante semelhante ao ocorrido em fevereiro, de US$ 18,2 bilhões. Segundo o IIF, “o nível de investimento em dívida do grupo ficou concentrado em emissores da Ásia, com um fluxo de US$ 10 bilhões, e da América Latina, com US$ 3,9 bilhões”.
As ações emergentes atraíram US$ 8,1 bilhões no mês passado. Do total, US$ 1,6 bilhão foi direcionado para papéis chineses.
Em fevereiro, considerando uma medida mais ampla de ingresso de capital estrangeiro, que engloba o investimento direto e as operações bancárias, o fluxo para a China ficou positivo pela primeira vez em oito meses. Houve uma entrada líquida de US$ 14,7 bilhões no país asiático no segundo mês do ano.
Apesar da boa notícia para os chineses, Índia e Turquia caíram para o território negativo, com saídas líquidas de US$ 1,5 bilhão e US$ 1,9 bilhão, respectivamente. Arábia Saudita e Rússia mantiveram a liderança no ranking das maiores saídas considerando a medida ampla, com resultados negativos de US$ 11,8 bilhões e US$ 7,1 bilhões.
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