Por Flávia Furlan | De São Paulo
A BB Seguridade, holding que reúne os negócios de seguros do Banco do Brasil, espera que o resultado financeiro tenha uma menor contribuição para o desempenho nos próximos trimestres e, dessa forma, o lucro líquido ajustado fique um pouco abaixo de R$ 1 bilhão.
No primeiro trimestre, o resultado financeiro foi de R$ 112 milhões, avanço de 60,8% em relação ao mesmo período de 2018. Com isso, o lucro líquido ajustado ficou em R$ 1 bilhão, marca histórica para o período.
“O resultado financeiro tende a se normalizar ao longo do ano”, disse Bernardo Rothe, presidente da BB Seguridade, em teleconferência com jornalistas. “Com isso, a tendência nos próximos trimestres é de um lucro líquido próximo, mas um pouco abaixo de R$ 1 bilhão.”
O executivo explicou que no início do ano houve um impacto financeiro favorável causado pelo descasamento entre a correção do passivo e do ativo na BrasilPrev, empresa que agrega os planos de previdência privada. No primeiro trimestre, o resultado financeiro da BrasilPrev foi de R$ 275 milhões, enquanto no mesmo período do ano passado havia sido de R$ 85 milhões.
De acordo com Rafael Sperendio, superintendente-executivo de finanças e relações com investidores, o resultado financeiro razoável para a BrasilPrev seria algo entre R$ 60 milhões e R$ 80 milhões a cada trimestre.
Segundo os executivos, o resultado operacional, que decorre da venda de apólices, deve ganhar mais espaço no decorrer do ano, mesmo com o arrefecimento da economia. Isso porque a BB Seguridade tem um portfólio diversificado, com algumas linhas compensado as outras.
No primeiro trimestre, uma das principais fontes de crescimento em prêmios foi o seguro prestamista, que arca com as parcelas de empréstimos em caso, por exemplo, de desemprego do tomador. A modalidade avançou 82% em prêmios emitidos, na comparação com o mesmo período do ano passado.
O seguro rural, por sua vez, teve aumento de sinistralidade, devido ao El Niño, e redução anual de 1% em volume de prêmios emitidos, um cenário que a empresa espera reverter já no segundo trimestre.
A BB Seguridade superou, no primeiro trimestre, duas das três projeções de resultado (guidances) estimadas para o ano. O crescimento do lucro líquido ajustado foi de 11,7% na comparação anual, enquanto o esperado está entre 5% e 10%.
Já o crescimento dos prêmios emitidos da BrasilSeg, empresa responsável pela venda de apólices de seguros, foi de 17,5%, ante intervalo estimado de 7% a 12%. Nesse caso, a empresa acredita que deva ficar mais perto do topo do que do piso no ano.
O indicador que ficou dentro do intervalo do guidance foi a variação das reservas dos planos de previdência da BrasilPrev. O crescimento foi de 9% no primeiro trimestre, ante projeção de crescimento entre 7% e 10%.
Rothe disse que é muito cedo para rever os guidances, embora eles sejam conservadores, devido às incertezas do cenário econômico. “Trabalhávamos com um PIB de 2% há três meses, o que era considerado conservador. Hoje, é otimista. O PIB deve crescer entre 1% e 1,5% neste ano.”
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