Por Bruno Villas Bôas | Do Rio
Alexandre Solleiro, da BHG, decidiu fechar para reforma três empreendimentos do Rio que davam prejuízo
A Brazilian Hospitality Group (BHG), maior proprietária de hotéis do país, vai receber um aporte de aproximadamente R$ 400 milhões de sua controladora, a companhia de investimentos americana GTIS Partners, neste primeiro semestre. Com os recursos, a empresa vai reforçar o caixa e investir na renovação de hotéis e aquisição de propriedades.
À frente das operações da BHG desde 2015, o executivo português Alexandre Solleiro diz que o plano faz parte do novo perfil de atuação da BHG, que deixou o ramo de gestão de hotéis no ano passado, com a venda da LA Hotels para a Golden Tulip Brasil. A BHG está agora focada em seus ativos hoteleiros, ou seja, em ser proprietária de hotéis que são operados por terceiros.
“O objetivo é viramos uma consolidadora das propriedades de hotelaria. Já somos o maior do país em propriedades e valor de patrimônio, mas o Brasil ainda não tem uma empresa com perfil de consolidador, como vemos nos Estados Unidos e na Europa. Há poucas empresas exclusivamente proprietárias de hotéis e há pouco profissionalismo”, disse o presidente da BHG.
A BHG é atualmente proprietária de 27 hotéis (3,9 mil apartamentos) espalhados pelo país, com patrimônio em R$ 1,2 bilhão. Essas unidades são operadas pelas empresas Accor, Golden Tulip, Nobile e Stada, com variadas bandeiras, desde o popular Soft Inn ao alto padrão Grand Mercure. Sete desses hotéis estão na Zona Sul do Rio e três localizados em São Paulo.
Segundo Solleiro, a conclusão da venda da gestão dos hotéis e a definição da bandeira que cada unidade passaria a operar permitiu à BHG dar início ao plano de reforma das unidades. A empresa está investindo cerca de R$ 500 milhões para renovar 17 de suas 27 unidades. Desse total, cerca de 60% serão aplicados até o fim deste ano. O valor restante será desembolsado pelo grupo até o início de 2022.
Apesar do mau momento do mercado hoteleiro no Rio, a cidade ainda concentra o patrimônio da BHG e, consequentemente, os investimentos em renovação dos hotéis. Dos R$ 500 milhões, algo como R$ 350 milhões estão sendo investidos na cidade. A BHG aproveitou o período de reformas para fechar completamente, de forma temporária, três de seus hotéis cariocas.
“O Rio de Janeiro está saturado e esses hotéis giravam no negativo. Então, decidimos fechá-los para as obras. Vamos perder a ocupação do Carnaval e da Copa América”, disse Solleiro, acrescentando que a empresa deverá chegar a ter 1 mil operários de empreiteiras contratadas reformando seus hotéis simultaneamente no país.
O executivo reconhece que diante da reformulação dos hotéis os resultados da BHG serão afetados nos próximos dois anos. Além dos hotéis fechados no Rio, as reformas geram indisponibilidade na faixa de 20% dos quartos de cada unidade em reforma. Retiradas essas influências, a ocupação média dos hotéis da BHG estaria em 73% no ano passado, segundo ele.
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