Por Juliana Schincariol | Do Rio
A venda das participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no primeiro semestre de 2018 foi de R$ 6 bilhões e o resultado do ano pode superar os números de 2017, quando atingiu R$ 7 bilhões, disse a diretora de investimentos da instituição, Eliane Lustosa. Além das operações em bolsa, a instituição considera contratar bancos privados para auxiliá-la em vendas estruturadas.
“Vamos superar [os números de 2017]. De um lado, depende das condições do mercado”, afirmou ontem a jornalistas depois de participar do lançamento de Núcleo de Estudos em Startups, Inovação, Venture Capital e Private Equity da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio. A aprovação da venda de fatia da BNDESPar, sociedade de participações do banco, na Fibria ainda depende dos órgãos de concorrência, lembrou. A transação de R$ 8,5 bilhões foi anunciada em março.
Eliane lembrou que não há prioridade nas vendas, e elas não serão necessariamente das maiores participações do banco. Petrobras, Eletrobras, JBS, Vale, além de Fibria representam R$ 60 bilhões da carteira da BNDESPar, avaliada em R$ 85 bilhões no total.
“Em paralelo com o processo de desinvestimento, o banco precisou se preparar, junto com seus controles, para atender aos requisitos dos órgãos de fiscalização de uma auditoria ‘a posteriori'”, afirmou. Segundo a diretora, não é um problema para o BNDES prestar contas para a sociedade e os órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU). “O mercado de capitais é algo muito novo para os órgãos de controle, que estão mais acostumados com administração pública”, disse. “Já fiz ‘road show’ em busca de investidores e agora faço ‘road show’ nos órgãos de controle. Faz parte para discutirmos no sentido de esclarecer o que é a função do banco, como se faz o cálculo de um valor de mercado, e de valor justo”, completou.
Eliane afirmou que mesmo com a possível volatilidade do mercado, em meio ao acirramento da corrida presidencial, pode haver justificativa para as vendas. Elas serão feitas sob o entendimento do banco de fomento de que as participações já atingiram um valor justo.
Além das vendas a mercado, há a possibilidade de realizar operações estruturadas, com a contratação de um banco como assessor. Isso vai ocorrer, de acordo com a diretora, quando o BNDES entender que essa estratégia vai lhe permitir ter um ágio acima do preço do mercado. “Um banco vai ajudar a buscar a melhor alternativa no Brasil e no mundo para aquela venda. Todos os nossos ativos maduros estão a venda potencialmente”, afirmou. Ainda não há definição de nomes, mas o BNDES vem conversando com algumas instituições.
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