Por Assis Moreira | De Tóquio
Uma vez aprovadas as esperadas reformas, o PIB potencial do Brasil poderá pular de 2,5% a 3% atuais para mais de 4%. Essa é uma das mensagens que o governo brasileiro levará à reunião de ministros de Finanças e presidentes dos BCs do G-20, em Fukuoka. O Valor apurou que a delegação brasileira quer enfatizar aos parceiros internacionais que a agenda de reformas é ampla, para aumentar a resiliência a futuros momentos de crise global e colocar o país no trilho do crescimento sustentável.
O secretário de Assuntos Econômicos Internacionais do Ministério da Economia, Erivaldo Gomes, substitui o ministro Paulo Guedes. O Banco Central será representado por seu presidente, Roberto Campos Neto.
A falta de reformas é um indicador forte de risco da economia brasileira. E, apesar da narrativa de confiança pelo governo, não está claro se as reformas vão realmente avançar, pelo menos rapidamente.
A delegação brasileira vai enfatizar, em todo caso, que a agenda de reformas é forte e não se limita à da Previdência. Enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) recomenda aos emergentes consertar o teto enquanto o sol está brilhando, os representantes do governo sinalizam na cena internacional que o governo está procurando consertar o teto, mas também as paredes, o piso, o encanamento etc.
Também no sábado e domingo, no G-20 de ministros de Comércio e da área digital, em Tsukuba, a mensagem brasileira é a de que as tensões comerciais entre os EUA e a China precisam ser resolvidas com medidas compatíveis com as regras do sistema multilateral de comércio. O país vai reiterar seu interesse em assegurar a preservação do sistema multilateral e o respeito a suas regras.
A delegação brasileira será chefiada na reunião de ministros de Comércio pelo embaixador Norberto Moretti, e na reunião de economia digital por Vitor Menezes, secretário de comunicações do Ministério da Ciência e Tecnologia.
O mais provável é que desta vez os ministros de Comércio do G-20 sequer façam um comunicado, diante da resistência dos EUA em admitir termos como protecionismo. A China, por sua vez, resiste aos termos que reclamam de subsídios industriais.
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