Por Cristiano Zaia | De Brasília

Marco Aurélio Almada, presidente do Bancoob: “adquirimos uma experiência maior operando nesse setor há 22 anos”
Impulsionadas por uma estratégia concentrada nos principais polos dos agronegócios espalhados pelo interior do país, as cooperativas de crédito viram seus desembolsos de crédito rural dobrarem nas últimas seis safras e superarem R$ 27 bilhões no ciclo atual (2018/19).
O avanço ultrapassa com folga o crescimento dos outros agentes que atuam nesse mercado e já incomoda tanto o Banco do Brasil, líder histórico no segmento, quanto as instituições privadas que também estão fortalecendo sua atuação no campo.

Com o crescimento, a fatia do ramo cooperativo no volume total de financiamentos liberados ao setor agropecuário saltou de 9%, na safra 2013/14, para 17,2% agora, de acordo com dados do Banco Central. O incremento médio, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), foi de 8,8% ao ano em valores deflacionados, enquanto o BB amargou queda de 3,4% ao ano e os bancos privados registraram baixa de 5,3% no intervalo.

E o avanço tende a continuar acelerado, sobretudo diante da maior concorrência no segmento estimulada pelo governo. Nesse contexto, o perfil mais simplificado de gestão, com executivos mais próximos dos cooperados e estrutura de gerência menor e menos burocrática, é uma das vantagens competitivas do setor cooperativista, de acordo com especialistas.

“As cooperativas de crédito são muito mais leves que os bancos tradicionais. Conseguiam furar o bloqueio de um grupo muito fechado de bancos e são, hoje, as que mais estão ganhando ‘share’ no crédito rural, crescendo a uma taxa de dois dígitos há um bom tempo”, diz o economista Antônio da Luz, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).