Plataforma de consolidação de carteira de aplicações financeiras vai usar os recursos para ampliar a equipe e investir no produto

Por Naiara Bertão — De São Paulo

A Gorila, plataforma de consolidação de carteira de aplicações financeiras, acaba de receber R$ 35 milhões em sua primeira grande rodada de investimentos, liderada pelo fundo americano Ribbit Capital, investidor de diversas fintechs pelo mundo, como Brex e Robinhood nos Estados Unidos, e Nubank, Warren e Guiabolso no Brasil.

Também participaram do aporte os fundos brasileiros Monashees, que já é sócio da Magnetis e do Neon, o Canary, que tem em seu portfólio a Loft, e o Iporanga, primeiro investidor da Loggi e do próprio Gorila.

O Iporanga foi o primeiro a aportar dinheiro, junto com os sócios, no início da operação. Mesmo após a nova rodada (em troca de participação não revelada), o controle da empresa continuará com os sócios-fundadores.

Segundo Guilherme Assis, um dos sócios e presidente do Gorila, o aporte será usado para contratações e desenvolvimento do produto. “Nosso objetivo é investir no produto para entregar a melhor solução possível a nossos clientes. Para isso, queremos dobrar a equipe”, afirma Assis, que fundou o Gorila em dezembro de 2016, junto com Robinson Dantas e Leo Kalim. A empresa tem 30 funcionários, sendo 20 engenheiros, mas a ideia é aumentar o time para 60 ou 70 pessoas nos próximos meses.

O Gorila funciona como uma plataforma em que os investidores podem ver a versão consolidada de todas as suas aplicações, em diferentes bancos e corretoras. Hoje, são 40 mil usuários com mais de R$ 5 bilhões. Pelo aplicativo ou no site, pelo desktop, o usuário consegue enxergar a posição diária de seus investimentos em um só lugar, além de ver cotações de ativos e acessar relatórios sobre a evolução do dinheiro. É uma vantagem principalmente para quem tem conta em mais de um lugar e várias aplicações financeiras.
O serviço pode ser acessado por investidores individuais e pessoas jurídicas, como consultores de investimentos, agentes autônomos, gerentes de bancos e family offices, que querem ter o controle automatizado sobre a carteira de investimento de seus clientes.
A empresa oferece, inclusive, uma versão “white label” por meio da qual o escritório ou consultor autônomo pode colocar a sua própria marca na comunicação com os clientes. Para a pessoa física, o acesso ao serviço é gratuito. Para as empresas é cobrada mensalidade de R$ 14,90 por cliente. Hoje a empresa tem conectados mais de 30 profissionais de investimentos.

Por ora, é preciso inserir manualmente as aplicações e resgates, mas a ideia dos sócios é que esse trabalho seja automatizado em breve. Para isso, explica Assis, a empresa está negociando diversas parcerias com corretoras, bancos e plataformas de investimento.

Há conversas avançadas com três corretoras de médio e grande portes e pelo menos uma integração deve ser anunciada até o fim do ano. O benefício para as corretoras é gastar menos com o desenvolvimento de uma solução para controle de investimentos dos clientes.

“A nossa missão é empoderar o investidor e o profissional de investimento para que tomem as melhores decisões. Queremos oferecer a ferramenta mais completa para visualização da carteira e, ao conectar a solução com diferentes corretoras, bancos e fintechs, conseguimos oferecer isso de maneira simples”, diz Assis.