Por Maria Luíza Filgueiras e Adriana Mattos | De São Paulo

O Magazine Luiza está negociando com exclusividade a compra da varejista on-line de vestuário Netshoes. Conforme o Valor apurou, a exclusividade já ocorre há pelo menos duas semanas e se encerra no fim do mês.

A discussão, no momento, tem girado em torno de US$ 3 por ação da Netshoes, como informou ontem o Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor. Na bolsa de Nova York, o papel é cotado atualmente a pouco mais de US$ 2. Mas ainda não há definição do valor final, conforme as fontes.

Há possibilidade de uma extensão do prazo de exclusividade, a depender de como as conversas evoluam nos próximos dias, de acordo com duas pessoas com conhecimento do assunto.

Desde setembro do ano passado a Netshoes tenta encontrar um comprador. A empresa contratou o banco Goldman Sachs para conduzir a transação.

Há cerca de 20 dias, o Goldman Sachs comunicou os outros interessados no páreo – B2W e Mercado Livre – sobre a exclusividade para a concorrente.

O Valor informou dias atrás que Centauro e Advent não analisavam mais o ativo, após uma avaliação dos números da empresa.
Há cerca de duas semanas, o Magazine Luiza confirmou, em fato relevante, o interesse em adquirir a Netshoes, mas não havia naquele momento, contrato, acordo ou oferta vinculante. O J.P. Morgan assessora o Magazine Luiza.

A B2W também se manifestou neste mês, informando que analisa eventual compra da Netshoes e que está sendo assessorada pelo BTG Pactual. Mas não havia decisão sobre aquisição de ações ou termos de um acordo.

Ontem, a companhia fechou o pregão com valor de mercado de US$ 66 milhões e, ao fim do terceiro trimestre de 2018, somava uma dívida líquida de R$ 144 milhões. A empresa enfrenta já há algum tempo divergências entre acionistas, além de alto consumo de caixa, e passou a buscar uma solução para o negócio. Em nota, dias atrás, a empresa informou que “à luz da crescente pressão sobre o desempenho dos negócios e condição financeira, está explorando várias alternativas estratégicas para preservar valor para os acionistas”.