Por Vanessa Adachi | De São Paulo
Bellotti, sócio da Mov: gestora analisou 1427 empresas para investir em sete
A gestora de fundos Mov surgiu há 12 anos dentro do multi-family office Pragma, como uma nova área de negócios voltada para investir em empresas que buscam o lucro ao mesmo tempo em que resolvem um problema social ou ambiental, os chamados negócios de impacto. Há sete anos, a Mov ganhou vida própria e, de lá para cá, seu primeiro fundo de participações investiu R$ 80 milhões em sete empresas de setores variados. Nos últimos dois anos, a carteira deu um retorno médio anual de 22% e a gestora se tornou, ao lado da Vox Capital, referência no país em venture capital de impacto.
Pode-se dizer que a tese vingou – não sem dificuldades – e agora a Mov prepara-se para dar um passo além. A gestora deve concluir até o fim deste ano a captação do seu segundo fundo de impacto.
“Será um fundo maior, para investir em negócios também de maior escala. É um sinal da evolução do setor no Brasil”, diz Paulo Bellotti, sócio-fundador da Mov e seu diretor-executivo. “Hoje há muito mais empresários e gestores que entenderam que o fator propósito é motivador para suas equipes, que isso funciona como alavanca de valor, para ter uma empresa mais resiliente.”
A base de investidores também deve se ampliar, diz o executivo, evitando adiantar maiores detalhes, uma vez que a captação é privada e está sujeita a regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No primeiro fundo, houve uma natural concentração em investidores da própria Pragma, o family office que nasceu da necessidade de gerir o patrimônio dos fundadores da fabricante de cosméticos Natura e mais tarde passou a atender outras famílias.
Antes de falar à reportagem, Bellotti fez ontem um raro balanço do primeiro fundo da Mov ao participar de um painel no blastU, festival de empreendedorismo e inovação que está em sua segunda edição bianual, em São Paulo, e que tem a ambição de se tornar a versão brasileira do South by Southwest (SXSW), evento que acontece em Austin, nos Estados Unidos, e se tornou referência mundial em tecnologia e economia criativa.
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